Tem mudança no trânsito para os motoboys. Uma notícia que interessa a
quem trabalha sobre duas rodas e a quem precisa dos serviços desses
profissionais. As novas regras começam a valer em uma semana, mas só uma
pequena parcela se preparou. Pelo menos em São Paulo, onde está a maior
frota do país.
Os motoboys que trabalham com transporte de pessoas e de mercadorias
têm só essa semana para se adequar às regras do Conselho Nacional de
Trânsito. As aulas acontecem até no domingo. Mas, muitos reclamam que
não encontram vaga.
Sala lotada em pleno domingo. E vão ser vários fins de semana longe do
trânsito, para relembrar noções de pilotagem, segurança e cidadania.
“A gente esquece e acaba, na pressa, na urgência do serviço, esquecendo
algumas coisas.
Aqui tem que lembrar”, conta o motoboy Ronilson da
Silva.
O esforço para melhorar na profissão também inclui aulas práticas.
“Quem sabe isso não fica melhor, para dar mais valor para a nossa profissão”, diz um motoboy.
A iniciativa desses profissionais passou a ser uma obrigação de toda a categoria. A partir do próximo sábado, só vai poder transportar pessoas e mercadorias o motociclista que passar por um curso profissionalizante.
A iniciativa desses profissionais passou a ser uma obrigação de toda a categoria. A partir do próximo sábado, só vai poder transportar pessoas e mercadorias o motociclista que passar por um curso profissionalizante.
O curso de 30 horas é uma exigência da lei federal que regulamenta a
profissão de motofretista. A legislação prevê - e o professor lembra -
que alguns equipamentos de proteção serão obrigatórios.
“A partir de quatro de agosto, colete é uso obrigatório para o
motofrestista. Elemento refletivo envolto do baú completamente. Elemento
refletivo nas laterais da motocicleta, e o dispositivo de proteção para
as pernas”, explica o professor.
O motoboy que faz o curso tem que tirar a segunda via da carteira, que
virá com a função de motofretista identificada. Além disso, a moto do
profissional deverá ter placa vermelha.
A criação da lei é uma tentativa de baixar os números da violência no
trânsito. Só na cidade de São Paulo, mais de 500 motociclistas morreram
em acidentes no ano passado.
“Estamos aqui disponibilizando, fazendo a nossa parte, porque o mínimo
que esperamos é o reconhecimento, tanto de beneficio salarial quanto
também das pessoas que nos respeitem”, afirma o motoboy Thiago Nery.
O problema é que, a alguns dias do início da fiscalização, pouquíssimos
motoboys passaram pelo curso. Dos 200 mil que circulam na capital
paulista, só 4,5 mil estão certificados.
Os motoboys dizem que faltam vagas nos cursos para tanta gente, mas a
instituição autorizada a capacitar os profissionais afirma que as aulas
estão disponíveis há oito meses.
“Teve muito tempo para fazer, desde o ano passado que nós ofertamos
vagas e só agora que aumentou a demanda”, afirma Francisca Biagione,
diretora do Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte.
O sindicato dos motoboys em São Paulo tenta negociar com as autoridades de trânsito para adiar o início da fiscalização.
“Dependendo do posicionamento do Detran,
o sindicato não vai ter jeito. A gente vai tentar buscar um caminho
talvez na Justiça para poder dar tempo da rapaziada se adequar”, explica
Gilberto Almeida dos Santos, Presidente do Sindicato dos Motoboys de
SP.
“De qualquer forma, se não tiver um documento suspendendo a eficácia da
norma a partir de quatro de agosto, a Polícia Militar vai fiscalizar e
vai aplicar a lei”, afirma Capitão Paulo Oliveira, chefe da divisão de
policiamento de trânsito.
O Denatran - Departamento Nacional de Trânsito - garantiu que a data
para início da fiscalização está mantida para o sábado (4). A multa para
quem não se adequar à lei é de R$ 200 e a moto pode ser apreendida. A
carteira de habilitação do motoboy também pode ser suspensa.
É importante reforçar: a lei é federal. Ou seja, todos os motoboys do país precisam se adaptar.
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